A saúde das articulações é frequentemente negligenciada até que a dor apareça. Estudos indicam que cerca de 1 em cada 4 adultos sofre com dores articulares crônicas, principalmente em regiões como joelhos, quadris, ombros e coluna lombar (CDC, 2021).
O estilo de vida moderno, sempre marcado por sedentarismo, longas horas sentado, sobrepeso e movimentos repetitivos, tem acelerado o desgaste dessas estruturas.
Nesse cenário, o treino funcional se destaca como uma ferramenta de prevenção e reabilitação, pois não se limita a trabalhar músculos isoladamente: ele treina padrões de movimento, respeitando a biomecânica natural do corpo e promovendo estabilidade, mobilidade e força de forma integrada.
Como explica o personal trainer Adelcio de Oliveira (CREF/MT – 005751):
O treino funcional não é apenas para quem busca performance, mas para qualquer pessoa que deseja preservar suas articulações. Quando fortalecemos músculos estabilizadores e ensinamos o corpo a se mover melhor, diminuímos o risco de sobrecarga e prevenimos dores futuras.

O que é treino funcional
O treino funcional é baseado em movimentos multiarticulares, ou seja, que envolvem várias articulações ao mesmo tempo. Diferente do treino de musculação tradicional — que pode enfatizar músculos isolados — o funcional prioriza movimentos naturais como agachar, puxar, empurrar, girar, saltar e estabilizar.
Esses padrões respeitam a biomecânica humana, estimulando cadeias musculares completas e não apenas grupos isolados. Isso é fundamental para a saúde articular, já que a articulação nunca trabalha sozinha: ela depende de músculos, tendões e ligamentos para manter-se estável e suportar cargas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME, 2022), o treino funcional melhora a coordenação motora, fortalece músculos estabilizadores profundos e ajuda a corrigir desequilíbrios posturais — três pilares essenciais para prevenir lesões articulares.
Fortalecimento e mobilidade: o casamento perfeito
Uma articulação saudável precisa de dois elementos fundamentais: mobilidade adequada e estabilidade muscular. Se falta mobilidade, o movimento fica limitado e outras articulações compensam de forma incorreta. Se falta estabilidade, a articulação sofre microinstabilidades que aceleram o desgaste.
Por exemplo: no caso do joelho, a estabilidade depende da força de quadríceps, isquiotibiais, glúteos e músculos do core. Já a mobilidade do quadril e tornozelo é determinante para que o joelho não receba cargas excessivas durante agachamentos ou corridas.
O fisioterapeuta Mateus Zardo (CREFITO 9/270344-F) complementa:
Vejo no consultório muitos pacientes com dores nos joelhos que, na verdade, têm um quadril rígido ou tornozelo travado. O treino funcional, ao trabalhar mobilidade e força de forma integrada, ajuda a corrigir essas falhas e devolve equilíbrio ao corpo.
Assim, mais do que fortalecer músculos grandes e visíveis, o funcional prioriza músculos estabilizadores profundos — como os do core — que atuam como “cinturão de proteção” das articulações.
Treino funcional na prevenção e reabilitação de dores
A dor articular não surge do nada: ela costuma ser consequência de movimentos repetitivos mal executados, sobrepeso, sedentarismo ou desequilíbrios musculares.
Pesquisas mostram que exercícios funcionais ajudam tanto na prevenção quanto na reabilitação de dores lombares, tendinites e até de artrose em estágios iniciais (ACSM, 2020).
No caso da lombalgia, por exemplo, exercícios como pranchas, pontes de quadril e padrões de levantar cargas de forma correta reduzem a sobrecarga na coluna. Para joelhos, agachamentos com progressão gradual e exercícios de propriocepção são aliados importantes.
Além disso, o treino funcional é altamente adaptável: pode ser ajustado tanto para um atleta de alto rendimento quanto para um idoso em reabilitação.
Nutrição e endocrinologia como aliadas
Mas não basta apenas treinar: alimentação e equilíbrio hormonal também desempenham papel central na saúde articular.
Alimentos ricos em ômega-3, vitamina C, colágeno e antioxidantes têm efeito anti-inflamatório e contribuem para a manutenção da cartilagem. Ao mesmo tempo, dietas pobres em nutrientes e ricas em ultraprocessados aumentam processos inflamatórios que afetam diretamente tendões e articulações.
Além disso, o excesso de peso corporal gera sobrecarga em articulações como joelhos e quadris. Cada 1 kg a mais no corpo pode representar até 4 kg extras de impacto no joelho durante uma caminhada (Harvard Health, 2019).
Como destaca a médica endocrinologista Dra. Gabrielly Lopes (CRM/MT – 13221):
O controle do peso é essencial para proteger as articulações. Alterações hormonais que favorecem acúmulo de gordura, como resistência insulínica ou disfunções da tireoide, podem potencializar dores articulares. Por isso, o acompanhamento médico aliado ao exercício físico é indispensável.
Essa visão interdisciplinar — unindo nutrição, endocrinologia e fisioterapia — é o que torna os resultados mais eficazes e duradouros.
Sabendo disso, confira abaixo exemplos práticos de exercícios funcionais e movimentos mais indicados para promover saúde articular:
- Agachamento livre: fortalece quadríceps, glúteos e core, protegendo joelhos e quadris.
- Avanços (lunges): trabalham equilíbrio, força unilateral e estabilidade pélvica.
- Pranchas: fortalecem o core e reduzem sobrecarga na lombar.
- Padrões de empurrar e puxar (push-ups, remadas): melhoram estabilidade de ombros.
- Exercícios de propriocepção em superfícies instáveis: aumentam consciência corporal e previnem entorses.
- Mobilidade articular (movimentos de quadril, tornozelo e coluna): essenciais para manter amplitude saudável.
Mas você precisa entender que o ponto crucial é respeitar a progressão natural, evitando movimentos avançados sem preparo. A supervisão profissional é indispensável para garantir que os exercícios sejam executados com segurança.
Movimento é longevidade
O treino funcional é muito mais do que uma tendência: ele representa um retorno ao movimento natural, respeitando o corpo como um sistema integrado. Ao fortalecer músculos estabilizadores, ampliar mobilidade e melhorar padrões de movimento, ele protege as articulações e promove qualidade de vida em qualquer idade.
Mais do que estética, o funcional é uma estratégia de longevidade articular. E quando associado a uma boa alimentação, equilíbrio hormonal e acompanhamento fisioterapêutico, torna-se uma das ferramentas mais eficazes para prevenir dores e manter o corpo ativo por toda a vida.
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